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No mundo moderno ocidental, o conceito de cooperativismo ganhou identidade. A versão contemporânea é resultado do movimento operário e de seus princípios ideológicos. Foi construído a partir da Revolução Industrial, nos séculos 18 e 19, e marcado por um grande progresso econômico e tecnológico.
Os princípios que direcionaram a organização dos tecelões foram, aos poucos, sendo disseminados pelo planeta.No Brasil, a fase pré-cooperativista ocorreu durante as Missões Jesuíticas, no Sul, e, mais tarde, nas associações de trabalhadores imigrantes nas indústrias paulista e carioca. O movimento adquiriu impulso real a partir de 1932, com a edição do Decreto Federal nº 22.239.A medida estimulou o movimento cooperativista, que se desenvolveu mais ainda quando o governo de Getúlio Vargas (1930-1945) incentivou a formação de cooperativas agrícolas de trigo e soja.Em 1971, foi promulgada a Lei nº 5.764 que, entre outras regras, exigia que todas as cooperativas se registrassem previamente no Conselho Nacional do Cooperativismo.A lei reconheceu a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) – criada em 1969 – como representante do movimento no País e definiu as relações entre os cooperados e a cooperativa, o chamado Ato Cooperativo. Com o fim da ditadura militar e a promulgação da nova Constituição, em 1988, o cooperativismo se livrou do controle estatal, iniciando a autogestão.Atualmente, o Brasil conta com sete ramos do cooperativismo: Saúde, no qual a Unimed está inserida; Agropecuário; Consumo; Crédito; Infraestrutura; Trabalho, Produção de Bens e Serviços; e Transporte.
No fim da década de 1960, a medicina assistencial no Brasil atravessava um momento de grande efervescência pela perplexidade que as transformações estruturais da Previdência Social traziam. Houve a unificação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) no Instituto Nacional de Assistência Médica de Previdência Social (INPS), que, mais tarde, viria a se transformar no Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), extinto em 1990 para dar lugar ao Sistema Único de Saúde (SUS).Além da queda no padrão de atendimento, as mudanças levaram ao surgimento de seguradoras de saúde, à mercantilização da medicina e à proletarização do profissional médico, que ficava impedido de exercer com liberdade e dignidade a sua atividade. Em resposta, surgiu a primeira cooperativa de trabalho na área de medicina do País e das Américas: a União dos Médicos – Unimed, fundada na cidade de Santos (SP), em 1967.
A experiência nasceu da iniciativa do ginecologista obstetra Edmundo Castilho e de um grupo de médicos que queria evitar a intermediação das empresas, respeitando a autonomia dos profissionais e o atendimento em consultório. Cubatão, Guarujá, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande e São Vicente estavam entre os outros municípios que constituíam a base da ação da cooperativa, que, depois, passou a se chamar Unimed Santos.
Edmundo Castilho e sua equipe organizaram uma agenda de visitas às cidades interessadas em constituir suas próprias unidades, realizaram palestras, forneceram orientações e mobilizaram profissionais e associações médicas em torno da iniciativa.O potencial do cooperativismo médico ganhou força e fez com que outras Unimeds fossem criadas, em estados como Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Brasília.Na década de 1970, surgiram as Federações Unimed – as chamadas cooperativas de segundo grau, formadas por, no mínimo, três Singulares, visando padronizar procedimentos operacionais e estimular a troca de experiências entre as cooperativas de um mesmo Estado. Em 28 de novembro de 1975, foi criada a Confederação Nacional das Cooperativas Médicas – Unimed do Brasil, entidade máxima do Sistema Unimed, que congrega todas as Federações e Singulares.Hoje, o Sistema Unimed está presente em 84% do território nacional, formado por mais de 340 cooperativas médicas, 117 mil médicos cooperados e 18 milhões de beneficiários.
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